terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Lenda do Pôr do Sol

                                                                                                       Foto: Lenon Reis
Na segunda-feira (29), de acordo com a grande mídia, o subúrbio ferroviário foi palco para o aumento do índice da violência na capital (só pra variar). Em Periperi, um arrastão de pagode entretia a massa frenética, e em Plataforma, a Parada Gay do bairro coloria a tarde de domingo. Tudo bem corriqueiro, diriam os desinformados. Mas, em um dos pontos de Plataforma, mais precisamente na localidade do Mabaço de Baixo, uns certos zumbis sergipanos, ditavam os riffes daquela tarde aparentemente normal.

A festa de lançamento do DVD do Pôr do Sol Hardcore impressionou. Longe da expectativa depositada em relação ao público, a animação que crescia gradualmente diante das apresentações de cada banda, exterminava qualquer possibilidade de frustração. Assim as locais, Stinky Kalau, ALCO, Identidade Ignorada, Sbórnia Social e a sergipana Nucleador, proporcionaram um momento histórico para a música alternativa do subúrbio de Salvador.

A Stinky Kalau iniciou as apresentações com a formação desfalcada, ausência do vocal, mas Alexandre segurou a onda. O som é um flerte sonoro entre o hardcore old school e o crossover NY, banda nova e promissora com figurinhas carimbadas. Após a rápida apresentação da Stinky, a já conhecida A.L.C.O, subiria ao palco para alegrar os admiradores do crust/grind. Pena que a apresentação da banda foi um pouco prejudicada pelo som, mas, no final as coisas foram se acertando. Mandaram dois covers do RDP, em meio a um repertório de peso e brutalidade (para não dizer que não houve violência no local). Em seguida, a Identidade Ignorada ( I'm suspect, but..) tomou conta do palco sem cerimônia. Hardcore seco com inusitados incidentes musicais, energia, solos em meio à tosqueira, e um pré-discurso de final da banda desfeito no fim da apresentação. O esquente perfeito para a banda seguinte. Invertendo as ordens dos fatores, ou antecipando-as. Já era noite quando a  Sbórnia Social subiu ao palco, fazendo a primeira apresentação depois da mudança de nome (Alienados R.I.P.). Hardcore sem frescuras, rápido e ótimas letras. Destacou-se, a estreia de Marília no baixo.

A lenda - Uma lenda indígena afirma que, as melhores apresentações das edições do PDSHC foram aquelas em que bandas tocavam no final da tarde, exatamente no pôr do sol. Bem, a sergipana Nucleador aumentou a probabilidade dessa lenda ser verídica. Um início morno, mas que a cada música fazia com que o público chegasse ao ápice da insanidade (positiva). Os riffes mais rápidos do velho-oeste, e as ótimas composições envolviam os presentes em um show histórico. Dizem até, que os zumbis sergipanos contaminaram o público com um material radioativo. Há relatos que, naquela segunda-feira seguinte, muitos foram se consultar no Hospital do Subúrbio, onde foi receitado para à cura doses urgentes de Anthrax, DRI, Municipal Waste...

INTRASH!!!

2 comentários:

  1. Porra o subúrbio Nunca mais será o mesmo depois desse som!!!!!!

    Tamo evoluindo!!!!! devagar mas tamo!!!

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  2. Bela iniciativa. Parabéns, para à Nucleador pelo showzaço. E para as bandas locais, que tocaram despreocupadas com julgamentos. Isso era o que menos importava.

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