Quarta-feira (28/09/11), mais ou menos 16h, após um merecido sono depois do almoço, ainda muito sonolento ligo o PC para tentar despertar. Uma mídia social, só pra variar. Logo de cara, a primeira postagem da lista já me desnorteava ainda mais. Algo do tipo: ”Obrigado Redson, vai com Deus!”. Zorra, tentei acelerar as ideias e entender aquilo. Que Redson? (mesmo só conhecendo um), Que Deus? (existem vários) Então, comecei a pular de galho em galho pelos sites e redes sociais, e para minha crescente tristeza, aquilo era um fato. Redson Pozzi, 49 anos, ser emblemático da banda punk Cólera havia morrido.
Há uns nove, dez anos atrás, essa notícia certamente não teria o mesmo impacto. Naquela época, Redson era pra mim apenas a guitarra e o vocal da banda Cólera. Um cara que revolucionou o punk nacional com sua simples criatividade. Letras e músicas eternas. Exercia o ‘faça você mesmo’ desgarrado de movimentos (o tempo ensina). Bem que tudo isso já poderia bastar. Mas não, de uns tempos pra cá, minha admiração pelo cara só aumentava.
Quando meu filho tinha menos de um ano (hoje ele tem sete), o Cólera veio tocar em Salvador depois de muito tempo, no saudoso Espaço Insurgente. Era a oportunidade perfeita para ver os caras. Em cima da hora meu filhote ficou com febre, aí já era. Os amigos vieram aqui em casa me buscar, mas sem chance, preferi ficar com meu pimpolho. E lá foram. No dia seguinte, só demonstração de euforia. Os detalhes eram instigantes. A banda chegou a repetir o repertório para as pessoas que ficaram de fora do espaço. Nunca tinha visto (ouvido) algo igual. A partir dali percebi que a banda Cólera tinha um diferencial merecedor de maior atenção.
Depois de um bom tempo, já nas comemorações dos 30 anos da banda, tive o prazer de vê-los em Simões Filho (RMS). O que achei? FODA demais! Os ‘coroas’ ao vivo botavam muito moleque no bolso. Energia do início ao fim. Clássicos, e mais clássicos em sequência. Mas o que mais me chamou a atenção foi o fato dos caras serem amistosos por demais. Troca de ideias, e a visível comunhão entre o que era cantado e o que era vivido, simples assim.
Poderia continuar citando mais acontecimentos, tipo os caras no Palco do Rock, os bate-papos no Messenger (acabo de lembrar que aquele LED verde não mais se acenderá), mas melhor não me alongar e parecer repetitivo (alguém aí leu esse texto até aqui?) Essa postagem na verdade é só pra desabafar em silêncio. Compartilhar o legado que Redson deixou em prol de atitudes e pensamentos libertários.
Exatamente agora, completam-se 24 horas que eu soube da triste partida. Pensei em colocar um som pra rolar, pra entristecer ou reanimar. Mas acho que vou deixar pra compartilhar isso no final de semana, bebendo umas cervejas com os amigos, recordando de fatos, rindo, chorando, ouvindo os clássicos, brindando..., ou seja, abraçando meus amigos como se de alguma forma pudesse dar o último abraço nesse herói do punk chamado Redson. Obrigado, pelo doce libertar.
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