Sábado - 04 de agosto. Seguindo
pelas estradas do CIA, rumo a Simões Filho, num fim de tarde nublado como um
sentimento reprimido que só receberia alívio com uma forte chuva, ou com gritos
e acordes de fúria. O destino era a Associação de Moradores da Pitanguinha
Nova, local do som, com as bandas: Expurgado, M.D.C., Egrégora, Sbórnia Social e
Devouring.
Chegando ao espaço, a Expurgado já recepcionava o público com
seu grindcore destruidor. Formada por figuras conhecidas como Maldito (Rancor)
e Tovar (Bosta Rala (rip), Into the Corpse), a banda fez um set comprimido por conta do novo
baixista que ainda não tinha o repertório completo na ponta dos dedos. Músicas
ultra-rápidas e o vocal gutural de Maldito marcaram a apresentação desta
experiente banda.
Já era início de noite quando a M.D.C. iniciava sua sessão de
sons no estilo velocidade da luz. Seguindo a linha grind da banda anterior,
esses verdadeiros mensageiros do caos foram os primeiros a assanhar o público
com um desempenho vigoroso, principalmente o vocalista Caio que ganhou de
brinde uns arranhões na performance cantar e rolar no chão. Já tinha ouvido
bons comentários sobre os caras, mas vê-los ao vivo mostrou que o estilo grindcore
possui competentes representantes em nossa cena.
Encerrada a primeira etapa composta
por petardos moedores, era chegada à hora da banda Egrégora dar a voz. O grupo uniu velocidade e cadencia, além de uma
energia típica das melhores bandas deste estilo. O instrumental muito bem executado servia
como pano de fundo para o vocal intenso da Carol. Infelizmente na apresentação da
Egrégora o publico estava meio disperso. Mesmo assim, a energia apresentada da
banda foi mais que suficiente para transmitir boas vibrações.
Eis que esse malaco véio que os
escreve tem mais uma vez a alcunha de resenhar algo sobre a Sbónia Social. Como havia dito pro
Rafael (guitarra e vocal), já me sinto suspeito para tal tarefa. Isso, porque
acompanho a banda desde o início e vejo-os evoluir a cada dia. De cara, foi à
banda que mais agitou o público, o que mostra que o hardcore da velha escola
não está tão degradado assim. Destaque para a inclusão de Marília nos vocais, que
era uma reivindicação antiga da galera. Fizeram covers do DRI, Vitamin X e
Ratos de Porão – este no bis. A apresentação da Sbórnia foi resumida no fim da
última microfonia, que teve o silêncio quebrado por uma garota no público que
largou um espontâneo “arrasou!”.
A última atração do evento foi Devouring, um power-trio death metal
bastante competente. A banda chegou ao evento com a moral de ter aberto o
recente show da banda paulistana Claustrofobia, em Salvador. Som bem entrosado com um ótimo vocal gutural, pena que a quantidade de
fãs deste estilo não estivesse em maior volume (nem o fato de ser a única banda local do evento ajudou), o que rendeu uma apresentação
para simples apreciação dos poucos que resistiam no espaço.
Antes do término da apresentação da
Devouring foi a hora de ir embora, já que em Simões Filho, ou volta de carro ou a
carruagem virá o derradeiro buzu das 21h. Então, já fui banda mel.
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